segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A enaltação de uma ilha

DOMINGO: ensolarado, quase verão, centenas de pessoas nas ruas, nos shoppings, restaurantes e na praia. Deveria ser obrigação de todos para consigo mesmo morar um período de suas vidas numa cidade praiana. Santos está cada vez mais lindo, cada vez mais edificante (devido ao "boom" imobiliário pelo Pré-Sal). As pessoas estão cada vez mais morenas e os eventos da temporada de verão da prefeitura estão no início e a todo vapor. Neste dia, quem fez o encanto foi a Osesp itinerante com seu concerto de encerramento de 2010 na praia do Gonzaga. Para quem quiser mais informações: http://www.osesp.art.br/


Além da boa música, chamou atenção aos olhos os inúmeros casais de velhinhos enamorados, as senhoras sentadas no calçadão com suas próprias cadeirinhas de praia e o acesso para os deficientes físicos (cadeirantes, como costumam ser chamados, embora eu penso que essa palavra evoca um tom pejorativo). Mas ponto positivo para a organização do evento.

A aproveitar o universo de música clássica gostaria de agradecer ao meu amigo Allan, um pianista de música clássica porreta, que me presenteou com seu cd e seus dvds. Fica aqui registrado a dica de uma excelente música: "Estudo patético" de Scriabin, recomendado pelo pianista. E um curto vídeo de uma das várias apresentações de Allan.



No cd de Allan Grando ele toca e encanta com as Bachianas, Villa Lobos, Chopin, entre outros. Para quem se interessar ainda deve ter para vender na Livraria Cultura no Conjunto Nacional  (Avenida Paulista em São Paulo). É uma opção diferente para quem está na dúvida se vai presentear seu amigo secreto com o dvd da Ivete Sangalo em NY ou não (Rs). Prefira o cd do Allan.




Hoje eu presenciei um gesto nobre e incomum. Um senhor, antes de iniciar o almoço, colocou os cotovelos sobre a mesa, abraçou as mãos, fechou os olhos e começou a rezar. Um gesto louvável e um recado para quem dá a primeira garfada já pensando em escovar os dentes.


Como já disse o verão está logo ai, no próximo quarteirão que você chegar pimba, já será verão. Ao andar pelo calçadão eu vi dezenas de crianças (???) acompanhadas dos pais (???) com a pele igualzinho a representada na foto acima.

Independente de seu tom de pele ou status (social, sexual, religoso ou de qualquer esfera), use protetor solar. E não basta apenas para rosto não. Todas as áreas expostas devem ser protegidas.

Enfatiza-se sempre o uso do protetor solar no verão, embora deve-se ter o hábito todos os dias, todas as estações do ano.

E para quem não se proteger, eis aqui o que pode vir a acontecer contigo no futuro:


Enfim, é isso. Que venha mais um dia de calor.

Ode a uma conchinha.
Canto a Santos...
Agradeço Santos!
Sem Santo, com Santos.








quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Com a trilha de Trent Reznor (da banda Nine Inch Nails) e Atticus Ross, possíveis ganhadores do Oscar 2011 pela criação da trilha sonora do filme A Rede Social (The Social Network) inicio aqui, após sugestão de alguns amigos, uma lamúria pernóstica. Para quem curtiu a excelente trilha eis o link para o download:  http://www.multiupload.com/4ZA9JX8URD. Vale a pena.


Assisti ao filme Enterrado Vivo (Buried). Um filme que se passa inteiramente dentro de um caixão de madeira. Um filme com apenas um personagem (Ryan Reynolds). Em tempo: Ryan acaba de se divorciar de Scarlett Johansson... Penso que Woody Allen, por um instante, emitiu um olhar de esguelha e soltou um sorriso amarelo. Em seguida, voltou a beber seu café.

Um crítico famoso que não vou dizer o nome (Rubens Ewald Filho) disse que o filme é apelativo e claustrofóbico. Mas ele nem assistiu ao filme (???). É preciso assistir para criticar ou hoje em dia basta a informação por terceiros?

O filme foi rodado na Espanha durante 17 dias. O diretor é espanhol (Rodrigo Cortés) e o pano de fundo do filme é político. No entanto, foi vendido como um filme de terror, mas NÃO É. É suspense. É, sobretudo um filme político. Realmente o oxigênio não acaba e a chama do isqueiro perdura o filme todo. A aparição da cobra pode ter sido apelativa. Mas isso pouco importa. O filme é original e consegue ser bom naquilo que propõe. Estranho é o filme A Rede Social retratar a vida do criador do Facebook, embora o mesmo afirmar que há algumas inverdades. Ora, mas é filme, todo filme tem historinha não é? Quer dizer que o filme sobre Truman Capote não é fidedigno a vida dele? Não concordo com esse tipo de roteiro. Me faz lembrar  Macunaíma. Me faz lembrar que norte-americano continua a vender mentiras. A vida como ela não é. E no filme sobre Mark Zuckerberg os diálogos se encaixam, é tudo redondinho. Um jogo de palavras bem jogado. Como em Match Point de Woody Allen. 

Mas o que realmente importa é: Quem se importa conosco? O personagem (Paul Conroy) é um americano que está a trabalho no Iraque. Depois de um ataque de iraquianos, Paul é enterrado vivo com um isqueiro Zippo e um celular. Com este ele se comunica com o meio externo e com o rebelde que o encaixotou. Ele tenta falar com esposa, com a empresa na qual trabalha e com a embaixada dos EUA.

A melhor discussão que o filme proporciona é a de que ninguém se importa com ninguém. O que importa é o dinheiro. O que importa é que você, mesmo se morto, não deve trazer problemas para quem continua vivo.

Somos enterrados vivos e enterramos pessoas o tempo todo. Hoje eu enterrei uma pessoa. Uma funcionária da academia. Ela apenas queria me informar que amanhã a academia fechará mais cedo. Eu fui indiferente e hostil. Ela se tornou funérea e corou as bochechas. Prossegui, subi as escadas e minha auto-flagelação teve seu início. Eu acabo de enterrá-la viva, disse. O que me importa saber se academia fechará mais cedo? O trabalho dela em me informar não me importa? Não importa a mim ser agradável?

Já na lanchonete da academia, um colega puxou assunto. Enquanto lanchávamos ele relatava sobre sua profissão. Ele e a namorada vendem sapatos femininos pela internet, através do Mercado Livre. Eles mesmo embrulham os sapatos solicitados e enviam para o cliente. Vendem de 10 a 20 sapatos por dia. Diz ele ser um bom negócio. Achei curioso e me interessei pelo assunto. Não que eu queira vender algo. Nunca comprei algo pela internet. É, na medida do possível, algo bem estruturado. Ele só recebe o pagamento após o cliente ter recebido o produto. E x% fica com o Mercado Livre. Paga 300 reais por mês ao que seria um "imposto" para uma locação, a qual seria em seu próprio apartamento. Trabalha 12 horas por dia. E o apartamento é lotado de sapatos. "Mais de 90% são sapatos femininos. Homem só compra sapato se tiver furado", disse ele.

Conhece aquele comercial de cerveja em que 4 mulheres abrem um closet e começam a berrar porque se deparam com centenas de sapatos?? (http://www.youtube.com/watch?v=S1ZZreXEqSY)

Imagine agora elas entrando no apartamento dele. Hahaha. Ele disse que vende sapato para o Japão, por que as mulheres japonesas têm o pé pequeno e não encontram sapatos referentes ao tamanho de seus pés no Japão. Interessante não é??. Mulheres, no Japão, têm os pés pequenos e os homens....Hahaha. Piada gasta. O chichê do dia.


A Relíquia do dia vai para a funcionária da academia. Ela nunca saberá disto, desta reflexão. Mas fica a tentativa em não enterrar, simbolicamente, pessoas vivas.